Os acidentes com serpentes acontecem principalmente nas áreas rurais, mas há casos nas periferias das cidades, segundo Giuseppe Puorto, conselheiro do Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01) e Biólogo do Instituto Butantan.
Registrou-se no Brasil, em 2019, cerca de 30 mil acidentes. O número de casos é bem inferior ao verificado com escorpiões, mas a letalidade média é cinco vezes maior: 0,5% para as serpentes, contra 0,1% para os escorpiões (e também aranhas).
Cerca de 80% dos acidentes com serpentes são causados por jararacas, cuja incidência vai do Rio Grande do Sul ao sul da Bahia. Os animais abrigam-se principalmente em buracos e tocas e embaixo de troncos nas áreas de mata e agricultura.
Nas periferias de centros urbanos, as jararacas podem ser encontradas ocasionalmente no meio de entulhos nos quintais e terrenos baldios.
Os acidentes ocorrem geralmente durante o dia, quando os animais estão dormindo. O caso típico é de uma pessoa que passa perto do abrigo, acorda o animal e é picada.
As cascavéis ocupam o segundo lugar no ranking de acidentes com serpentes, com 8 a 10% dos casos. A incidência é pequena, mas impressiona a relativamente alta letalidade de 2%.
O veneno das cascavéis é mais nocivo do que os de outros animais peçonhentos, porque provoca problemas renais. Os acidentes acontecem principalmente em áreas de Cerrado e Caatinga e raramente em zonas urbanas.
No caso de picada de serpentes, o acidentado deve lavar o local com água e sabão e procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo.
A principal recomendação de prevenção é o uso de botas, de preferência com cano alto, nas regiões de mata e agricultura.
(Publicado em 16 de março de 2021)